Produtora baiana reuniu artistas
e técnicos especializados
para a produção do filme de 12 minutos
.
Com
mais de 25 mil clicks, o mito da criação do universo será contado pela técnica
do stop motion no curta ÒRUN ÀIYÉ, uma realização da Estandarte Produções,
produtora baiana que reuniu um time de renomados profissionais para dar vida à animação
inédita, que está sendo produzida em Salvador/Camaçari. O curta traz a trajetória do
pai de todos os deuses, Oxalá, para cumprir sua missão junto a outras
divindades, em uma envolvente narração de 12 minutos, carregada de simbolismos
da cultura afrobrasileira. A animação é inclusiva e, por meio de
recursos como audiodescrição, subtitulação e janela de Libras, estará
disponível para o público surdo e cego, além de estar em mais cinco línguas –
português, inglês, francês, espanhol e yorubá.
Para as diretoras da
obra, as cineastas Jamile Coelho e
Cintia Maria, a animação será um instrumento de educação, combate ao
racismo e à intolerância religiosa em meio às crianças e jovens. “Esse material
paradidático permitirá às crianças e jovens a ampliação da noção de cultura negra
trazida da África para o Brasil, proporcionando uma educação que reconheça e
valorize a diversidade, comprometida com as origens do povo brasileiro”, afirma
Jamile Coelho. A religiosidade
afro-brasileira será abordada a partir da contação de histórias, tendo a figura
do historiador Ubiratan Castro de Araújo (1948-2013) como o griôt – narrador das lendas envolvendo
deuses africanos como Olodumaré, Oxalá, Orunmilá, Ododuwa, Nanã e Exu.
Há cinco
anos, a Estandarte Produções atua na
criação e gestão de projetos culturais e pedagógicos, a exemplo de oficinas
artísticas, mostras e festivais, debates, intercâmbios, publicações,
audiovisuais (cds, dvds, videoclip, documentários e curta-metragens),
envolvendo profissionais de formações variadas, como música, teatro,
comunicação, administração e artes visuais. No currículo já tem projetos como o
premiado A Cartomante, dirigido
por Adriano Big e vencedor do Festival de Cinema Baiano em Ilhéus (2012), nas
categorias Melhor Diretor e Melhor Atriz e a animação em stop motion Talvez
Futuro, exibido no maior festival da categoria em toda América Latina -
o 1º Festival Internacional de Stop Motion do Brasil (Recife/PE), em 2011.
Produção - Na produção do curta, nomes renomados como o doutor
em Música pela UFRJ, Guilherme Maia na direção musical, Cenografia do
premiado Léo Furtado e Mônica Terra Lima, o músico e produtor musical, André
T. na mixagem e desenho de som, animação (2D) do renomado Mateus Di
Mambro, painéis do grafiteiro Eder Muniz (Calangos) e bonecos do
artista plástico, Leonardo Muela (Minhocas). A animação conta com recursos do Edital de Apoio
para Curta-metragem - Curta-afirmativo: Protagonismo da Juventude Negra na
Produção Audiovisual,
parceria entre a Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura e a
Fundação Palmares lançada em 2013, além do Edital de Patrocínio 2014 da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás).
Depoimentos sobre ÒRUN ÀIYÉ:
Caó Cruz Alves é um renomado diretor, cartunista e animador.
"Existe
uma política de editais que sempre contempla a animação. Todavia, o principal
problema na Bahia é a mão de obra. Infelizmente não temos qualificação
profissional para atender a demanda mínima do mercado, por isso é necessário
termos cursos, oficinas, mostras e festivais para formação de novos
animadores".
Lindinalva Barbosa é educadora, mestre em Estudos de Linguagens/Uneb
e omorixá Oyá do Terreiro do Cobre (Salvador).
“A
gente vive hoje um dilema muito grande, que é de como vamos implementar a Lei
10.639 e a 11.645, que são dispositivos legais que prevê a implementação de
fato a história da cultura africana, afro-brasileira e indígena na educação das
pessoas. A Lei existe, mas só vai acontecer de fato se nós fizemos ações e
gestões nesse sentido. E o filme não é apenas um produto cultural, mais também
o dispositivo pedagógico e isso vai nos ajudar a formar crianças que possam de
fato viver em onde sejam respeitadas as diferenças étnicas”.
Sobre a diretora de ÒRUN ÀIYÉ - Jamile Coelho
Cineasta
baiana, Jamile Coelho, é graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade
Federal da Bahia — trabalha com animação desde 2008 — quando desenvolveu em
parceria com o Grupo Caco de Telha a série 2D "A Turma da Jujuba". Atualmente, trabalha como diretora de comerciais
publicitários, programas televisivos e documentários em Camaçari e Salvador. Estudou
animação em stop motion com o animador e diretor Walter Tournier
(Uruguai) e, com o diretor e animador Barry Purves (Inglaterra). Dirigiu a
animação em stop motion "Talvez Futuro", selecionada para I Festival
Internacional Brasil Stop Motion (2011).
Acompanhe o filme ÒRUN ÀIYÉ no Facebook.
Informações, entrevistas,
gravações:
Jamile Menezes (Assessoria de
Imprensa – (71) 9219-7135)