Esculturas de aço em três dimensões do artista Jorge Luiz dos Anjos chegam ao Espaço Cultural Marcantonio Vilaça para a exposição Geometria de Risco com curadoria de Roberto Conduru. As cinco obras são um convite para conhecer a produção desse importante artista mineiro, que dá continuidade a uma trajetória de união de princípios plásticos do construtivismo à visualidade afro-brasileira. As esculturas ficam expostas no jardim do Tribunal de Contas da União do dia 23 de agosto ao dia 13 de outubro.
Jorge dos Anjos tem diversas esculturas instaladas em locais públicos ou praças de várias cidades brasileiras, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Fortaleza, assim como em museus e instituições privadas. E, embora ele já tenha realizado exposições em Brasília, ainda não apresentou obras nessas dimensões na capital do país. Sendo assim, a exposição no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça será a primeira grande mostra do artista na cidade.
Geometria de Risco- Jorge dos Anjos
Abertura22 de agosto de 2013, (quinta-feira), às 19h
Hall de entrada do Anexo I do Tribunal de Contas da União
Hall de entrada do Anexo I do Tribunal de Contas da União
VisitaçãoDe 23 de agosto a 13 de outubro de 2013
Todos os dias, das 8h às 20h
(Acesso aos banheiros e bebedouros somente de segunda a sexta-feira)
Todos os dias, das 8h às 20h
(Acesso aos banheiros e bebedouros somente de segunda a sexta-feira)
LocalJardim da área externa do Tribunal de Contas da União - Brasília - DF
(Estacionamento gratuito em frente ao edifício-sede do TCU)
(Estacionamento gratuito em frente ao edifício-sede do TCU)
Visitas orientadas podem ser agendadas pelo telefone (61) 3316-5221
JORGE DOS ANJOS (por Marcolino de Oliveira Gomes Neto - NEAB-UFPR)
Jorge dos Anjos é um mineiro de Ouro Preto. Buscou, a partir desse lugar, lançar um olhar sobre a expressão da religiosidade de matriz africana, pautado pela vivência plena nesse espaço possibilitado por sua origem.
Neste território de encontro com a ancestralidade ele se apropria dos recursos expressivos que o induzem na elaboração de uma arte que leva a afirmar a identidade brasileira, bem como reverencia esta manifestação da espiritualidade. Assim, a expressão da arte africana, a celebração, a energia espiritual da ancestralidade alicerçam o raciocínio e a intuição poética do artista que advém de uma “linhagem familiar direta – uma ordem étnico cultural, em que a pulsão religiosa se expande em movimentos criativos” (Sampaio, 2010, p.10).
Desta forma a estrutura construtiva de sua arte leva o espectador a dialogar com a ancestralidade bem como, formas, texturas e cores levam este sujeito a uma experiência prazerosa incomum.
Este aspecto singular da arte de Jorge dos Anjos no contexto brasileiro confere um sentido atual ao sentir ancestral.
Dono de uma identidade artística que busca dar visibilidade aos signos africanos, através de relevos, esculturas, recortes, gravuras, desenhos e pinturas, as obras de Jorge dos Anjos “remetem evidentemente a uma cena de teatro ritualístico, a um cenário imaginário ligado às vivências do artista, quer pela via concreta da realidade objetiva, quer por sua capacidade de auscultar e traduzir impulsos da memória ancestral” (Sampaio, 2010, p 25).
Assim, através da noção de geometria sensível, onde pode perpassar a estrutura, tirar os limites da forma, Jorge dos Anjos encharca- se de “imaginação, e mesmo de certo grau de fantasia, afrontando os fundamentos da noção histórica do construtivismo”(Op. Cit.).