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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Cia dos Comuns e Karê Produções
apresentam

O SUBTERRÂNEO JOGO DO ESPÍRITO

Concepção, dramaturgia e interpretação: Rodrigo dos Santos

Monólogo em processo de criação livremente inspirado na música/vida do nigeriano Fela Kuti (1938 - 1997).Músico, profeta, político, pensador, multi-instrumentista, dançarino, compositor e revolucionário,Fela foi o inventor do movimento cultural e musical “Afrobeat”,combateu os abusos da ditadura militar e do governo civil na Nigéria,utilizando como arma sua música - uma combinação de ritmos afro-americanos,como o soul, o funk, o jazz, com elementos musicais tradicionais.

Café do Teatro Gláucio Gill
Praça Cardeal Arcoverde, s/nº - Copacabana
(21) 2332 - 7902 e 2332 - 7904
Cia dos Comuns: (21) 2242 - 0606
5 a 14 de fevereiro - quinta a sábado - 19:30 h
ingressos: inteira 6,00 / meia 3,00
classificação etária: 14 anos

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aimé Césaire: poeta negro



"(...) Minha negritude não é uma pedra
E sua surdez arremessada contra o clamor do dia
Minha negritude não é uma gota d`água morta
Sobre o óleo morto da terra
Minha negritude também não é uma torre ou uma catedral

Ela mergulha na carne vermelha do solo
Ela mergulha na carne ardente do céu
Minha negritude perfura a aflição de seu sossego correto."



O mundo perdeu, em 17 de abril de 2008, um dos maiores ícones da literatura caribenha e da luta contra o racismo, o poeta martinicano Aimé Césaire. Aos 94 anos, Aimé morreu devido a problemas cardíacos em um hospital de Fort de France, na Martinica, onde estava internado há uma semana.
Aimé nasceu em uma família pobre, na cidade de Basse-Pointe, na Martinica, em 26 de junho de 1913. Apesar das condições sociais, os pais de Aimé sempre investiram na educação dos filhos. Para facilitar os estudos das crianças, mudaram-se para Fort de France, capital do país, onde Aimé estudou até os 18 anos. Depois, terminou os estudos em Paris, onde estudou literatura latina, grega e francesa.
Em Paris, Aimé Césaire conheceu o poeta senegalês Léopold Senghor, que se tornaria o primeiro presidente de Senegal após a independência. Senghor e Leon Gontran Damas, da Guiana Francesa, contribuíram com Aimé Césaire na formulação do conceito de Negritude e na expansão desse movimento. A Negritude foi definida por eles como a "afirmação de ser negro e o orgulho disso".
O pensamento de Aimé Césaire sobre a restauração da identidade dos negros foi exposto pela primeira vez no livro Cahier d`un retour au pays natal (Caderno do retorno ao país natal), de 1947. O livro é um misto de poesia e prosa poética.
No período da Segunda Guerra Mundial, Aimé foi preso com o escritor surrealista André Breton, que o encorajou a usar o surrealismo como uma arma política. Cahier d`un retour au pays natal foi descrito por Breton como "o maior monumento lírico do nosso tempo".
Após o final da guerra, Aimé dividiu o seu tempo entre Paris e a Martinica. Como membro do Partido Comunista, participou em ações políticas a apoiou a descolonização das colônias francesas na África. Com sua esposa, Suzanne Roussi e com outros intelectuais martinicanos, fundou o jornal cultural Tropiques, no qual publicava suas poesias. Em 1945, Aimé Césaire foi eleito prefeito de Fort de France. Em 1956, desliga-se do Partido Comunista e funda, dois anos depois, o Partido Progressista Martinicano.
Em 1955, escreveu o Discours sur le colonialisme (Discurso sobre o colonialismo), atacando a civilização européia e o racismo colonial. No texto, Césaire compara a relação entre os colonizadores e os colonizados com a relação entre os nazistas e suas vítimas. Esse discurso deu a sua obra um caráter universal.
Aimé Césaire também escreveu peças para teatro e possui uma vasta obra literária. Ele se definia "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial".

Por Marília Matias de Oliveira, Especial para o Portal Palmares (
www.palmares.gov.br)

Alzira Rufino (1949 - atual)

Seguidora das tradições do candomblé, oriunda de uma família humilde e graduada em enfermagem, feminista, destaca-se como importante ativista política do Movimento Negro e no Movimento de Mulheres Negras, sendo ainda a primeira escritora negra a ter seu depoimento registrado pelo Museu de Literatura Mário de Andrade, de São Paulo.
Sua participação pioneira na impressa da região de Santos (SP) onde nasceu, divulgando a situação das mulheres negras e da violência contra a mulher, em muito contribuiu para o debate público, denúncias e o envolvimento da mídia nessas questões. Além dos artigos que escreve para revistas e jornais em todo o país e no exterior, ganhou diversos prêmios pela publicação de poesia, ficção e ensaios. Desde 1991, edita a Revista Eparrei, de circulação semestral, voltada para a cultura negra.
A organização, em 1985, da Primeira Semana da Mulher da região da Baixada Santista; a fundação do Coletivo de Mulheres Negras da Baixada Santista, em 1986, um dos mais antigos grupos do Brasil; a criação, em 1987, do Coral Infantil Omó Oyá e do Grupo de Dança Afro Ajaína; bem como a fundação da Casa de Cultura da Mulher Negra- CCMN, em 1990, são exemplos marcantes da incansável atuação de Alzira.
O reconhecimento a seu trabalho lhe rendeu várias homenagens, dentre elas: Mulher do Ano, concedido em 1991, no Rio de Janeiro, pelo Conselho Nacional da Mulher Brasileira; em 1992, como primeira mulher negra - tornou-se Cidadã Emérita, homenageada pelas Câmara Municipal de Santos e Câmara Municipal de Cubatão(SP); Mulher Destaque em 2000, pela Câmara Municipal de Santos e, em 2004, Mulher Destaque- Área Direitos Humanos/Status, pelo Clube Soroptimista Internacional de Santos. Alzira e a Casa de Cultura da Mulher Negra receberam ainda, o Prêmio Zumbi dos Palmares, concedido pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Por sua experiência e atuação coordenou, entre 1995 e 1998, a Rede Feminista Latino-Americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região Brasil. Em 2008, simultaneamente às palestras que ministra por todo o país e exterior é Presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e responde por um serviço de apoio jurídico e psicológico, voltado para vítimas de violência doméstica, sexual e de racismo. Conferencista da Conferência Internacional sobre Violência, Abuso e Cidadania da Mulher, ocorrida na Grã-Bretanha, em novembro/96, está a frente, desde 1995, da campanha Violência contra a Mulher, uma questão de Saúde Pública.

Uma das responsáveis pela criação da Casa-Abrigo de Santos (SP) e leis contra a violência e racismo, sua atuação acabou por influenciar a instalação, em diversos municípios brasileiros, de serviços voltados para mulheres, com foco no aspecto da cultura, atendimento jurídico, psicológico e geração de trabalho e renda.

Inaicyra Falcão dos Santos

Foto: Artur Ikissima

" Da porteira pra dentro, da porteira pra fora", com essa metáfora da territorialidade da tradição nagô, Mãe Senhora, Osun Miuwá, lyalorisá nilê Asé Opó Afonjá, caracterizava as iniciativas de estabelecimento de relações da comunidade religiosa com a sociedade envolvente, de valores distintos, na dinâmica da pluralidade sociocultural brasileira.

Mãe Senhora dinamizou a diplomacia com a sociedade envolvente, atraindo inúmeros artistas, intelectuais de projeção política, que vieram a reforçar a legitimação da comunidade num contexto histórico marcado pela adversidade e pela luta de afirmação de sua identidade civilizatória própria.

Nesse contexto que fora iniciado por Mãe Aninha e Martiniano do Bonfim, quando aceitaram participar do Congresso Afro-Brasileiro, organizado na Bahia por Edison Carneiro, é que também se dá a formação de Deoscoredes Maximiliano dos Santos, Mestre Didi, filho de Mãe Senhora.

Ele ampliará de maneira exuberante essa trajetória política de qualificação dos valores sagrados, também em seus desdobramentos criativos na sociedade "oficial", seja através de seus livros, seja sobretudo através da criação de sua obra escultórica de projeção internacional.

Inaicyra Falcão dos Santos, filha de Mestre Didi, participa deste contexto, e sua trajetória revela o legado dessa atuação "da porteira pra dentro, da porteira pra fora", como neta de Mãe Senhora.

Primeiramente no mundo da dança, toma conhecimento, através de inúmeras viagens ao exterior, de repertório infinito de gestos que desde a tradição religiosa se desdobra pelas ruas e palcos onde emerge o talento criativo alimentado pelo contínuo civilizatório negro-africano.

Ela mesma torna-se dançarina e pesquisadora deste universo, realizando estudos e concluindo cursos de pós-graduação na Universidade de Ibadan, na Nigéria, e participando das experiências de vanguarda de recriação da linguagem da dança no contexto afro-brasileiro, especialmente nas montagens dos autos coreográficos do Grupo Arte e Espaço da SECNEB, onde destacamos AJAKÁ, Iniciação para a Liberdade.

Posteriormente, já de volta definitivamente ao Brasil, exercendo a docência na Universidade de Campinas, descobre seu talento de cantora lírica, trabalhando na recriação da música sacra negra.

É toda essa dimensão de experiência estética que Inaicyra levará para o terreno da Educação, procurando revolucionar a pedagogia, referindo-se à emoção artística como fonte de mobilização para a aprendizagem, transmissão de conhecimento e saber.

Texto de Marco Aurélio Luz

CD Okan Awa - Cânticos da Tradição Yorubá

2002, Atração Fonográfica - www.atracao.com.br, Tel. (11) 3311.0567

Ouça trechos em MP3:

Para reproduzir os trechos abaixo, você precisará de um software que os interprete.
Caso ainda não tenha, recomendamos o Windows Media Player, clique
aqui para fazer o download.

ALABE (231KB) - AYABA OSOGBO (588KB) - SESE KURUDU (362KB)


Fonte: http://www.inaicyra.hpg.com.br/trajetoria.htm

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A cantora baiana Virgínia Rodrigues converte o samba em clássico e faz sucesso fora do Brasil


A história da cantora baiana Virgínia Rodrigues ficou tão conhecida internacionalmente que os jornalistas americanos a apelidaram de Cinderela brasileira. Ela calha à personagem da fábula: nasceu há 39 anos em Salvador, cresceu em uma favela, abandonou os estudos aos 12 anos e trabalhou como cozinheira e manicure. Seus pais, religiosos, levaram-na à igreja ainda criança. Ali, aprendeu a cantar de ouvido e passou a se apresentar em missas e casamentos. Quando já se conformava com o destino, veio o príncipe encantado. Era um conterrâneo: Caetano Veloso. O compositor descobriu-a há nove anos, contratou-a para o casting de sua gravadora, a Natasha, investiu na moça e a converteu em diva da MPB. Felizmente, o fenômeno não virou abóbora à meia-noite. Virgínia chega ao terceiro CD, Mares Profundos, coroada pelo sucesso no Exterior - embora ainda seja desconhecida em sua terra natal. Borralheiras não fazem milagre em casa.

Lançado em janeiro nos Estados Unidos, Mares Profundos chega ao Brasil nesta semana, com edição simultânea na Europa. O selo do álbum é o prestigioso Edge, da gravadora alemã Deutsche Grammophon, a mais tradicional da música erudita. A produção, claro, é de Caetano. O repertório é venerável: 11 afro-sambas compostos entre 1962 e 1966 pelo violonista Baden Powell (1937-2000) e pelo poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). O programa fecha com o samba ‘Lapinha’ (Baden-Paulo César Pinheiro).

O CD apresenta uma evolução em relação aos primeiros trabalhos - Sol Negro (1997) e Nós (2000), ambos com boa recepção da crítica, mas marcados por certo exibicionismo endereçado a estrangeiros. Virgínia agora atinge a maturidade. Abandona floreios e indecisões para abraçar a técnica erudita. Seu disco pode ser ouvido como homenagem aos afro-sambas e profissão de fé na interpretação clássica. Ela inova ao abordar os sambas como crossover, o encontro do popular com o erudito. Isso num ano em que o mercado clássico murcha. A cantora tenta salvar a música erudita pelo samba. Obviamente, não consegue, mas produziu um belo álbum.

Acompanhada por um grupo de câmara em que estão presentes violão e percussão brasileiros, ela dá conta das composições. Sua voz de meio-soprano é precisa, e mergulha nas modulações e no conteúdo dos versos. Falta-lhe, talvez, uma dose maior de espontaneidade. Em muitos momentos ela soa como cantora de coral. Mas seu estilo não destoa do toque erudito que Baden e Vinícius imprimiram aos afro-sambas escritos sob o impacto do candomblé. A coleção põe em fusão bossa nova, jazz e atabaques. Essas músicas marcaram a MPB dos anos 60. Foi então que ‘Canto de Ossanha’ e ‘Berimbau’ se consagraram na voz de Elis Regina. Na de Virgínia, tornam-se árias delicadas, dignas de palcos de ópera e altares.

É um repertório difícil. Baden, com seu timbre de corda estalada, gravou-o mal no fim da carreira, e Mônica Salmaso iniciou a sua em 1995 enfrentando a coleção em alto estilo. A cantora baiana arriscou outro rumo, revelando a dimensão sagrada dos afro-sambas. Mantém o encanto que exibia nos tempos de principiante, sem deixar de ampliar seus horizontes, do pop ao clássico. E não poderia prestar homenagem mais apropriada a uma das bíblias da canção brasileira.

Arthur Timótheo (1882-1922)

Arthur Timótheo da Costa, Nú Feminino, 1909
(Óleo sobre madeira) Associação Museu Afro Brasil

Estudou na Casa da Moeda do Rio de Janeiro e, posteriormente, na Escola Nacional de Belas Artes. Foi pintor de paisagens e figuras, destacando-se entre essas nus e retratos. Algumas de suas paisagens impressionam pela textura, pela luminosidade e pela intensidade do colorido. Esteve na Europa onde manteve contatos artísticos que o influenciaram.

Benedito José de Andrade (1906-1979)

Benedito José de Andrade, Sem Título, déc 1940
(Óleos sobre tela) Coleção Particular

Pouco conhecido ainda, o artista paulista realizou obras entre as décadas de 30 e 40. Freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios, sendo aluno de Viggiani, Panelli e Enrico Vio. Recebeu vários prêmios e está inserido historicamente numa circunstância de intensa produção artística.

Emmanuel Zamor (1840-1917)

Emmanuel Zamor, Crianças Negras,
Início do século XX (Óleo sobre madeira)
Associação Museu Afro Brasil
Nasceu em Salvador, mas foi criado nas Europa pelos franceses Pierre Emmanuel Zamor e Rose Neveu, seus pais adotivos. Estudou música e desenho na Europa. Foi pintor e cenógrafo. Freqüentou a Academie Julian, em Paris, anos antes de Tarsila do Amaral. Voltou ao Brasil entre 1860 e 1862, quando parte de suas obras foi destruída em um incêndio no Brasil.

Estevão Silva (1845-1891)

Estevão Roberto da Silva, Natureza morta, 1888
(Óleo sobre tela) Associação Museu Afro Brasil

Foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e pode ser considerado um dos melhores pintores de natureza morta do século 19. Realizou igualmente pinturas históricas, religiosas, retratos e alegorias. A crítica ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com prodigalidade de vermelhos, amarelos e verdes.

Firmino Monteiro (1855 – 1888)

Antônio Firmino Monteiro, Natureza morta, 1885
(Óleo sobre tela) Associação Museu Afro Brasil


Nasceu no Rio de Janeiro e teve infância atribulada. Exerceu várias profissões: encadernador, caixeiro e tipógrafo. Cursou a Academia Imperial de Belas Artes, onde foi aluno de Victor Meireles. Sua reputação se deve à pintura histórica e de gênero, mas executou pintura religiosa e principalmente paisagens.

Horácio Hora (1853-1890)

Nasceu em Sergipe, onde fez os primeiros estudos. Viajou à Europa com subsídio do governo imperial. Em Paris, tornou-se freqüentador habitual do Louvre. Ganhou vários prêmios. Especializou-se em retratos, mas o trabalho considerado sua obra prima é a tela “Pery e Cecy”, inspirada na literatura de José de Alencar.

Rafael Pinto Bandeira (1863-1896)

Antônio Rafael Pinto Bandeira, Retrato do aluno Conceição, c.1891
(Óleo sobre madeira) Associação Museu Afro Brasil

Aos 16 anos já estava na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Prematuramente reconhecido, o artista permaneceu por vários anos em Salvador onde foi professor de desenho e paisagismo. É considerado como um dos mais importantes paisagistas e marinhistas do século 19.

Wilson Tibério (1923-2005)

Wilson Tibério, Cena de Candomblé, Século XX, (Grafite e aquarela sobre papel), Coleção Particular


Nasceu no Rio Grande do Sul e viveu durante longo período em Paris. O distanciamento do país, segundo Emanoel Araujo, o teria levado a pintar repetidamente motivos afro-brasileiros. O artista esteve no Senegal, de onde foi expulso por se envolver num movimento revolucionário. Faleceu na França.

João Timótheo da Costa (1879-1932)

Artista de produção numerosa (deixou cerca de 600 obras), iniciou o aprendizado na Casa da Moeda do Rio de Janeiro. Pintor, decorador e gravador, realizou paisagens, retratos, marinhas, pintura histórica e de costumes. Foi aluno de mestres como Rodolfo Amoedo e Zeferino da Costa.

Benedito José Tobias (1894-1963)

Benedito José Tobias, Retrato de homem negro, Século XX
(Óleo sobre madeira) Associação Museu Afro Brasil


(Retrato de Mulher)
O artista é mais conhecido pelos pequenos retratos de negros e negras realizados a óleo sobre madeira ou a guache sobre papel, “com maestria e com uma certa tensão expressionista”, segundo avaliação de Emanoel Araujo. Tobias tem obra pouco pesquisada ainda, apesar da qualidade e do empenho do artista em desenvolver a técnica pictórica.